Trecho do livro ORDENS DO AMOR Um Guia Para o Trabalho com Constelações Familiares de Bert Hellinger
O preço de uma adoção leviana
Hellinger (para o grupo): Quando acontece algo assim, uma adoção feita de forma leviana, onde não se fez sequer uma tentativa de localizar o pai, quanto mais de reconhecer-lhe algum direito ou responsabilidade, pagase caro com isso. Da forma como o sistema foi colocado, vocês viram imediatamente: ela sacrifica seu marido pela criança. Ele foi descartado. É o preço que ela paga pela adoção. Nesta família, o marido não tem chances e irá embora. Paga-se com um parceiro ou com um filho próprio. Isso acontece também. Pode existir, por exemplo, a situação perversa em que um casal adota levianamente uma criança e, quando a mulher engravida, ela provoca o aborto. Esta é a forma de expiar pela adoção. Ou ainda pode ser que um filho próprio morra ou se suicide, como expiação.
A hierarquia da competência
Hellinger: Uma adoção só é admissível quando a criança necessita dela, porque não tem mais ninguém. Mas quando uma criança nasce, ela não tem somente um pai e uma mãe, mas ela tem ainda avós, tios e tias, e estes devem ser considerados em primeiro lugar. Só quando realmente não há mais ninguém da família é que outras pessoas podem ser levadas em consideração. Só então a adoção é correta e tem grandeza; fora disso, não. Entretanto, mesmo neste caso, é melhor limitar-se à criação. A adoção, via de regra, vai longe demais. Ela também não é absolutamente necessária à criança. O que lhe traz a adoção, comparada com a criação? Nesta, tudo é mais modesto e as dificuldades que surgem podem ser resolvidas muito mais facilmente.
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