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Entrevista sobre as constelações no Judiciário e vara da infância para a Rádio Cidade Jundiaí 

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trecho em vídeo Entrevista Radio

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“Palestra”  10/2019 para o Corpo técnico TJSP

EJUS - Escola de Magistratura 

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A liberdade

 

A nossa liberdade é limitada. Posso escolher entre vários caminhos diferentes, mas para onde eles me levam, isso é predeterminado. Por exemplo, posso infringir uma ordem básica, mas não tenho poder sobre as consequências. Elas são predeterminadas. Liberdade significa aqui reconhecer que não posso esquivar-me das consequências do meu comportamento. Se faço isso, tenho a capacidade de agir. Sem dúvida, posso pensar no que quiser. Mas, depois de ter jogado com todas as possibilidades, quanta energia me resta para poder agir? Se, pelo contrário, procedo fenomenologicamente e, de repente, vejo e identifico o essencial, tenho força e espaço para agir. Dentro desse espaço eu me sinto livre. Existe uma ideia bastante difundida de que, se alguém sofreu muito tempo por algo errado, isso não pode ter sido errado. Justifica-se o sofrimento em vez de se admitir que já é hora de se despedir dele. 

Do livro: Constelações Familiares O Reconhecimento das Ordens do Amor

Parabéns 1ª Turma-SP

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“Roda de Conversa”  13/08/2019 na sede da OAB/SP Santana

transmissão ao vivo Instagran 14:30 as 16:00hs

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“Palestra”  06/2019 para o Corpo técnico TJSP

EJUS - Escola de Magistratura 

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“Palestra sobre o uso prático das constelações no Judiciário” 08/2018  EJUS - Fórum João Mendes 

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Trechos da autobiografia de Bert Hellinger : “Minha vida, minha obra.” - Faculdade Innovare

Alguns trechos da autobiografia de Bert Hellinger, ainda sem tradução e previsão de lançamento no Brasil,  foram divulgados em português, em forma de homenagem feita pela Faculdade Innovare em suas redes sociais.

 

 

 

A autobiografia

“Com minha autobiografia, dou início a uma viagem. Uma viagem que me conduz ao presente.

O homem encontra a criança, a velhice encontra a juventude, o fim vindouro, o início.

Atravesso minha vida, que se fechará em um ciclo, e da qual, agora, ainda falta um último pedaço. Esse pedaço é o futuro, do qual me resta apenas um pouco.

Olho para ele sem melancolia, pois me foi concedido muito tempo. Um tempo próspero que me foi dado de presente para organizar, enquanto ele marcava seu passo. Com todos os acontecimentos e pessoas, com todos os conhecimentos e pensamentos.

Assim, olho para esse tempo hoje cheio de gratidão e humildade, Ele foi bom para mim.”

“No início de 2018, transferi todas as minhas atividades à minha mulher, Sophie. Entre elas, a Hellinger Schulle, bem como a minha editora, a Hellinger Publications, que fundei em 2006 e na qual desde então foram lançados a maioria de meus livros e também os de alguns autores.

Senti, já faz algum tempo que acompanho minha mulher, Sophie, não apenas na organização de nossas diversas tarefas, mas também no contínuo desenvolvimento da Constelação Familiar. Por exemplo, faz parte desse esforço seu reconhecimento da relação entre epigenética – a área de pesquisa da miologia mais entusiasmante do momento, e a constelação familiar.

Nesse meio-tempo, também deixei de ir a público nos lançamentos de livros, e Sophie, minha mulher, assumiu essa tarefa. Assim, esta autobiografia também poderia ser vista como minha última obra extensa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“A casa em ordem permanece habitada, será habitada de novo. Existe porque é ordenada com amor, porque é ordenada com vistas para o futuro, ordenada para seguir a vida e o amor. Está ordenada e pronta para o novo que deve chegar.”

“O que significa “pôr em ordem?” Significa que você vai pôr ordem de forma que possa ir embora sem que ninguém espere mais nada de você. Significa que vai ordenar tudo de forma que as coisas devam e possam continuar depois de você, porque você presenteou as outras pessoas com essas coisas, também para que elas possam continuar a existir. Ou seja, ponha em ordem de maneira que esse presente aos outros resista como um presente, sem que você ainda precise cuidar dele.

Ou seja, “Põe ordem!” significa que, sem você, essas coisas poderão continuar de forma que não pesarão sobre ninguém e garantirão as pessoas o espaço livre para assumir essas coisas e continua-las de maneira que as pessoas também possam assumi-las como algo próprio e continuar em sintonia com aquilo que também lhes fora presenteado e atribuído.”

“Quando olho para trás, para minha vida, uma felicidade profunda me preenche. Pude explorá-la em toda a sua plenitude. Pude ajudar milhões de pessoas em todo o mundo com minha constelação familiar. Diante dessa benção, faço uma reverência com profunda humildade.

E também diante da força que me foi dada para escrever mais de cem livros que foram traduzidos para 37 idiomas. Assim, meu trabalho recebeu reconhecimento em inúmeras honrarias.

Por exemplo, pela concessão do título de cidadão honorário da Cidade do México e do título de doutor em honoris causa pela Universidade de Colombo, no Sri Lanka, bem como pela universidade Cudec, no México. Também sou grato por tudo isso.

Sinto grande felicidade também porque meu estado de saúde, apesar da minha idade avançada, me permite acompanhar minha mulher, Sophie, no desenvolvimento contínuo da constelação familiar.”

O tempo que ainda resta

“Embora eu não me apresente mais publicamente para poder desfrutar da tranquilidade necessária, consigo

sim – com um sorrisinho no rosto – continuar ligado ao novo como “o velho”. Dessa forma, cada dia que me é concedido se transforma em um presente. 

Quem tem seu fim em perspectiva, tem tempo. Deseja e planeja apenas o que seu fim lhe permite. Por isso essa pessoa permanece naquilo que está próximo, naquilo que surge no momento e cujo o fim é possível prever.

Depois disso, a pessoa olha para o próximo momento. Dessa forma, mantém a visão sobre aquilo que precisa ser feito e é possível fazer naquele momento.

Porém, meu fim ainda não chegou. Está apenas diante dos meus olhos. Diante dos meus olhos também está o tempo que ainda me resta. Principalmente para ele, o olhar se volta.”

“Diante do fim, o tempo que resta se torna precioso e essencial para mim. Eu o preencho em todos os sentidos. Para mim, se transforma em tempo preenchido.

Durante esse tempo, principalmente, não faço nenhum plano com vistas para além das fronteiras definidas por ele. Permaneço no razoável e no próximo, mas, ao mesmo tempo, com todas as forças, sem desperdiçá-lo com irrelevâncias.

Se também anseio pelo fim? Posso ansiar por ele? E o que acontece com o tempo que ainda me foi concedido? Eu ainda o aproveitarei?

O que acontece se o fim por mim ansiado e temido tardar? Quando finalmente ele chegar, será um fim pleno, chegará ao término de tempo completo, do tempo completamente vivido.

“Assim, olho para o fim sem caminhar em sua direção. Ele virá sozinho. Mas eu não o tenho. Ele simplesmente virá.”

Com o tempo que me resta é diferente. Eu o tenho agora, eu o tenho por inteiro.”

A Celebração da vida

“No decorrer da minha vida, escrevi inúmeras histórias. São histórias quase meditativas, que levam a pessoa por um caminho e, quando a pessoa confia um trecho do caminho à condução dessas histórias, elas se realizam… ainda enquanto a pessoa as ouve"

``

Gostaria de me despedir de vocês com esta história:

Alguém começou uma caminhada e, quando olha para a frente vê ao longe a casa que lhe pertence. Caminha até lá e, quando chega, abre a porta e entra em uma sala preparada para uma celebração.

À tal celebração comparecem todos os que foram importantes em sua vida. E cada um que vem traz algo, fica um pouco – e parte. Assim, como vêm os desejos ou o sofrimento. Trazem alguma coisa, ficam um pouco – e partem. E também como a vida vem, nos traz alguma coisa, fica um pouco – e parte.

Então eles vêm para a celebração, todos com um presente especial pela qual aquele alguém pagou o preço integral de qualquer forma: a mãe, o pai, os irmãos, um dos avós, uma avó, o outro avô, a outra avó, os tios e as tias, todos os que abriram espaço para você, todos os que cuidaram de você, vizinhos talvez, amigos, professores, companheiro e companheira, filhos: todos os que foram importantes na sua vida e que ainda são importantes.

Depois da celebração, a pessoa fica, ricamente presenteada e ao seu lado ainda permanecem aqueles com quem lhe cabe ficar por mais tempo. Então, a pessoa vai até a janela e olha para fora, vê as casas brancas; nelas um dia também haverá uma celebração, e será essa pessoa que, por sua vez, levará alguma coisa, ficará um pouco e partirá.

Nós também estávamos em uma celebração, levamos algo e trouxemos algo. Ficamos pouco e partimos. Como?  Plenos e ricos.

Bert Hellinger

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"Juízes usam técnica da Constelação para resolver conflitos nos tribunais" - reportagem do Fantástico Edição do dia 14/05/2017

A reportagem especial deste domingo (14) mostra como tribunais brasileiros estão usando técnicas de terapias alternativas para facilitar a mediação de conflitos, principalmente na Vara de Família, em questões como pensão e guarda de filhos. A ideia é humanizar a Justiça. Veja o que é e como funciona a chamada “Constelação”.

“Mediação a Serviço da Vida” Fórum de Santana

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“Mediação a Serviço da Vida”

Apresentação do projeto  piloto para implementação do uso das Constelações Familiares como ferramenta complementar na resolução de conflitos junto ao Judiciário Paulista

Equipe técnica do Projeto  junto ao CEJUSC 

A equipe foi composta por mediadores com formação em constelação familiar sistêmica. Esta equipe talentosa está a serviço da vida e da divulgação desta técnica revolucionaria e surpreendente.

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“Palestra na Biblioteca Municipal Nelson Foot em Jundiaí”

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Constelação Sistêmica no Judiciário - palestras de multiplicação onde apresentamos o alcance da técnica das Constelações Sistêmicas em casos judiciais e a relevância do Direito Sistêmico  para uma justiça mais humanizada

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Uma imagem interna

O processo de constelações familiares usa imagens e a experiência do corpo em vez de palavras ou narrativa. A primeira imagem que se apresenta no início do processo de um cliente é a da imagem interna, a imagem interna do sistema familiar atual.

Essa primeira configuração da imagem interna do cliente fornece uma representação viva imediata das conexões internas do sistema familiar do cliente. Pode revelar a textura e qualidade desses relacionamentos. A partir dessa primeira imagem, o facilitador pode refinar ainda mais qualquer hipótese de trabalho que tenha sido formada durante o questionamento inicial em torno da questão do cliente.

A forma e posicionamento espacial de representantes na imagem interna do cliente muda lentamente e muda através do feedback e do movimento desses representantes vivos. À medida que o processo das constelações familiares progride, o que foi oculto lentamente se torna visível. A dinâmica oculta do sistema familiar é revelada.

Lentamente, o processo de constelações familiares move-se em direção a uma resolução em que a imagem interna é aquela em que cada membro da família encontrou um bom lugar no sistema. Isso é medido pela facilidade física e conforto que cada representante sente. A imagem de resolução é uma nova realidade interna que o cliente pode levar consigo para o seu mundo exterior (Hellinger 1998).

'Oxigenar o Judiciário'

 

Apesar da resolução do CNJ amparando a técnica, não há diretrizes específicas para sua aplicação - depende, portanto, de ela ser encampada por cada juiz ou vara judicial.

"Estamos tentando fazer com que se torne algo mais uniforme, para que o cidadão que chegue aqui saiba que ela existe e veja como é aplicada", diz à BBC Brasil a juíza Claudia Spagnuolo, da 11ª Vara de Família na região de Santo Amaro, bairro na zona sul da capital paulista.

Ela encabeça um um projeto-piloto que pretende adotar, ainda neste ano, a constelação em casos judiciais na vara, como uma forma de "ajudar a oxigenar o Judiciário".

"Os processos tradicionais trazem um custo emocional às famílias e um custo financeiro ao Estado. Se há entendimento, empoderamos as famílias a buscar soluções para seus conflitos (sem a necessidade de judicialização)", diz ela.

"Não é necessariamente algo que dê resultado da noite para o dia - é um psicodrama, um teatro (das relações familiares), e as pessoas começam a se enxergar nos problemas. Começa a 'cair a ficha'."

Também na capital paulista, no Fórum de Santana (zona norte), a psicóloga judicial Nádia Xavier Rodrigues de Oliveira aplica voluntariamente a constelação em casos diversos. Em suas intervenções, identificou que uma briga entre sócios tinha origem nas frustrações de um deles com o próprio pai; que uma mãe que acusava o ex-marido de ter tido relações sexuais com a nova mulher diante da filha do casal na verdade havia projetado o que tinha acontecido em sua própria infância, com seu próprio pai.

São exemplos que mostram o quão delicadas podem ser as questões familiares que emergem nas intervenções, diz Oliveira.

"É preciso muito cuidado, muita delicadeza nas palavras", diz ela.

Segundo a psicóloga, a constelação leva os participantes a acessar um "campo de informação" - uma espécie de inconsciente coletivo daquela família ou comunidade, que é o que permite aos voluntários agir e falar como se fossem membros da família constelada.

"Mas a constelação não tem nada a ver com misticismo ou espiritismo, é uma psicoterapia", justifica Oliveira.

- O texto acima é um trecho da materia que saiu no portal G1 Bem estar

"Constelação familiar: técnica terapêutica é usada na Justiça para facilitar acordos e ‘propagar cultura de paz’ "

Bert Hellinger , no passado, preferiu não descrever as constelações familiares como uma terapia, embora ela seja usada dentro de um processo terapêutico. Ele também resistiu a criar uma teoria fixa para as constelações familiares. No entanto, existem princípios subjacentes que criam um titular e uma base para o trabalho.

 

Pertencer, Equilíbrio e Ordem

Esses princípios sistêmicos de pertencimento, equilíbrio e ordem orientam o facilitador Família e Constelações Sistêmicas, na medida em que trabalham com um cliente dentro da modalidade de constelações familiares. Uma honra e um respeito pelos outros, e uma aceitação do "o que é" no momento presente, sem julgamento ou suposição, vão junto com esses princípios sistêmicos básicos descritos abaixo.

Ligação e pertença

Estamos ligados aos nossos sistemas familiares por uma necessidade profunda de pertencer; uma criança fará qualquer coisa pelo amor de um pai. O vínculo com nossos pais e com nosso sistema familiar começa mesmo antes do nascimento; Nascemos em uma família que remonta a gerações.

Agindo a serviço de nossa necessidade de pertencer, a consciência nos liga às pessoas e grupos necessários à nossa sobrevivência, independentemente das condições que eles estabelecem para nossa pertença . Hellinger (1998 p. 7)

Esse pertencimento e essas conexões são uma fonte de força quando a energia dentro do sistema familiar é clara e o amor flui. No entanto, quando há uma interrupção no fluxo de energia, descrita por Bert Hellinger como um entrelaçamento, o sistema familiar e cada indivíduo no sistema é potencialmente enfraquecido. Nenhum membro dessa família será capaz de acessar plenamente a energia e a força que devem fluir através das gerações como suporte para a geração atual.

Ordem

Todos pertencem a um sistema familiar geracional, mortos, ainda nascidos, abortados ou aqueles que, por qualquer motivo, são excluídos. E todo mundo tem seu próprio lugar na ordem do sistema. Quem vem primeiro? O primeiro filho nascido ocupa o primeiro lugar, depois o segundo nascido e assim por diante. Pode ser que o primeiro filho falecido tenha morrido logo após o nascimento e as outras crianças da família nunca tenham sido contadas - essa criança ainda é a primogênita e precisa ocupar o lugar da família como primogênito.

Todo o sistema familiar e cada indivíduo no sistema será afetado por aqueles que permanecem "invisíveis", perdidos ou excluídos.

Equilibrar

Cada sistema familiar tem um ponto de equilíbrio, um ponto de equilíbrio em que o sistema e aqueles que pertencem se sentem mais confortáveis. Esse equilíbrio é construído ao longo do tempo por meio de trocas de dar e receber: uma criança sendo capaz de "receber" de seus pais; uma doação de amor e respeito; um reconhecimento do outro; ou de presentes mais materiais de dinheiro ou coisas. O equilíbrio é perturbado quando a doação é demasiada / insuficiente ou quando a tomada é demasiada / insuficiente.

A restauração do equilíbrio e da justiça no sistema familiar é facilitada pelo reconhecimento do direito de membros anteriormente excluídos pertencerem; reconhecendo aqueles que morreram jovens ou tiveram um destino difícil; e reconhecer trauma de vítima / perpetrador. Cada indivíduo pode então ter um lugar no sistema onde possa ficar de pé e se sentir mais à vontade. A família, como um grupo, será capaz de "respirar" e sentir a energia e o amor dentro do sistema fluir mais facilmente.

Os três princípios sistêmicos simples descritos acima se abrem e se desdobram dentro de uma rica complexidade de conexão, interconexão e relacionamento. Essa complexidade oferece novas possibilidades, novas formas de estar na vida. Através do trabalho com uma abertura presente, eventos ou dinâmicas desconhecidas ou ocultas são permitidos um espaço para ser visto e sabedoria sistêmica descoberta.

Quando esses eventos são vistos e experimentados no presente pelo cliente, o impacto no cliente e no sistema familiar é alterado - ambos são aliviados e facilitados.

- Nadia Oliveira-

Outras influências:

Ludwig von Bertalanffy e teoria geral dos sistemas

Ludwig von Bertalanffy nasceu perto de Viena em 1901. Enquanto ainda estava na universidade, ele já tinha amplos interesses que iam além das ciências biológicas que foi sua principal área de formação.

Em seus estudos em biologia Bertalanffy se interessou desde cedo pelos organismos e pelos problemas do crescimento.

Os seus trabalhos iniciais datam dos anos 20 e são sobre a abordagem orgânica. Com efeito, Bertalanffy não concordava com a visão cartesiana do universo. Colocou então uma abordagem orgânica da biologia e tentou fazer aceitar a ideia de que o organismo é um todo maior que a soma das suas partes.

A reação de Bertalanfffy contra o então pensamento reducionista atual resultou em seu desejo de criar algum tipo de teoria unificadora que abrangesse múltiplas áreas do conhecimento; filosofia, psicologia, física, química.

Criticou a visão de que o mundo é dividido em diferentes áreas, ao contrário, sugeria que se deve estudar sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas interdependências, pois cada um dos elementos, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional maior, desenvolvem qualidades que não se encontram em seus componentes isolados.

Thomas Kuhn e paradigmas

Thomas Kuhn explora o surgimento de novas teorias, que ele chama de revoluções científicas ou mudanças de paradigma, em seu livro The Structure of Scientific Revolutions (1970). Ele fala dessas enormes mudanças permitindo uma nova maneira de ver o mundo que é desencadeada por uma nova teoria que é incompatível com a antiga. A nova teoria atrai um corpo de seguidores que trabalhará com o novo modelo e com as novas regras criadas que governarão essa nova maneira de praticar a ciência. É por isso que ele diz

… O trabalho de um cientista é qualitativamente transformado e também quantitativamente enriquecido…. (1970 p. 7)

Simplesmente isso significa que uma nova estrutura, uma nova maneira de enquadrar o mundo, permite uma visão mais ampla e possivelmente mais rica de nós mesmos nesse mundo.

Na Física Quântica

No início da década de 1930, o sub-atômico mundo pequeno de átomos e partículas foi descoberto, mas não se encaixou no paradigma mecanicista do século 16; esse mundo menor parecia não se comportar da maneira esperada. A velha visão mecanicista e determinista não podia mais responder a perguntas sobre esse novo mundo de imprevisibilidade caótica.

Existe na física quântica um fenômeno chamado “entrelaçamento” (um termo que também é usado no trabalho de constelação). Na física quântica, parece que pequenas partículas atômicas se agrupam e ficam “emaranhadas”, bloqueando as informações. Quando, no entanto, as partículas emaranhadas são olhadas - quando há um observador, elas se desenredam. A implicação disso é que as partículas são capazes de se conectar a uma distância umas das outras, uma capaz de agir e alterar a outra.

A física quântica oferece outras formas de experimentar e agir no mundo; então o que Rupert Sheldrake propõe pode não parecer tão estranho.

O Campo mórfico

A história da biologia traça as tentativas dos biólogos ao longo dos anos para adicionar outro nível de teoria para explicar o crescimento e a forma de sistemas abertos (qualquer sistema que interaja com seu ambiente seja humano, animal ou vegetal).

A questão é: o que faz uma determinada planta, animal, humano, assumir a forma que ela tem?  Como um carvalho sabe crescer como um carvalho? Como um cão Pastor se transforma em um cão Pastor e não um dálmata? 

Essas eram perguntas que Sheldrake perguntava com pleno conhecimento de uma biologia mecanicista da vida, ou seja, síntese de proteínas, genes, estrutura de DNA e RNA.

A busca foi por outro nível, uma força que poderia dar a um organismo vivo o potencial de desenvolvimento e uma forma específica. A hipótese de Sheldrake da causação formativa avança para a teoria de um organismo com seu próprio campo organizador de estrutura e atividade que é chamado de campo mórfico.

Ressonância Mórfica

Esses campos são influenciados pelo que ele chama de ressonância mórfica. A ressonância mórfica é a da estrutura e atividade de um organismo de tipo semelhante, do passado - o organismo tem uma memória de estar e agir, talvez, como um golfinho, estar no mar e fazer parte de um cardume de golfinhos. É uma memória inerente, neste exemplo, do golfinho. É essa memória herdada do ser que é transmitida através das gerações de golfinhos.

Sheldrake prossegue descrevendo outros campos, como campos de informação, campos sociais, campos mentais e campos culturais.

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O sistema familiar geracional

Existem muitas correntes de pensamento filosófico e teoria e prática psicológica que se aplicam e informam as Constelações Familiares. Foi o trabalho pioneiro de um terapeuta alemão, Bert Hellinger, que, ao longo de vários anos, formou o trabalho em uma modalidade separada usando esses fluxos muito ricos. Ele nomeou esta nova maneira de trabalhar Constelações Familiares.

Ao invés de listar aqui essas muitas influências que estão integradas no trabalho de Hellinger, abaixo está o Apêndice completo da Simetria Oculta do Amor . É aqui que Gunthard Weber & Hunter Beaumont, juntamente com Bert Hellinger, detalham as influências da vida profissional de Hellinger.

 

Influências no desenvolvimento do trabalho de Hellinger

Bert Hellinger considera seus pais e seu lar de infância a primeira grande influência em seu trabalho posterior. Sua forma particular de fé proporcionou imunidade a toda a família contra a crença nas distorções do nacional-socialismo. Por causa de suas repetidas ausências das reuniões exigidas da Organização da Juventude Hitlerista e de sua participação em uma organização juvenil católica ilegal, ele acabou sendo classificado pela Gestapo como "Suspeito de Ser um Inimigo do Povo". Sua fuga da Gestapo foi paradoxalmente tornou possível quando ele foi elaborado. Com apenas 17 anos de idade, ele se tornou um soldado e experimentou as realidades de combate, captura, derrota e vida em um campo de prisioneiros de guerra na Bélgica com os aliados.

A segunda grande influência foi certamente o desejo de infância de se tornar padre. Aos 20 anos, imediatamente depois de sair do campo de prisioneiros de guerra, ele entrou em uma ordem religiosa católica e iniciou o longo processo de purificação do corpo, mente e espírito em silêncio, estudo, contemplação e meditação.

Seus 16 anos na África do Sul como missionário para os zulus também moldaram profundamente seu trabalho posterior. Lá ele dirigiu uma grande escola, ensinou e atuou como pároco simultaneamente. Ele diz com satisfação que 13% de todos os africanos negros que freqüentavam a universidade na África do Sul naquela época eram estudantes nessa única escola missionária. Ele aprendeu a língua zulu bem o suficiente para ensinar e ministrar, mas conta anedotas engraçadas sobre a dignidade cortês do povo Zulu quando ele inadvertidamente disse algo rude, em vez do que ele pretendia. Com o tempo, ele passou a se sentir mais em casa com eles do que com um europeu. O processo de deixar uma cultura para viver em outra aguçou sua consciência da relatividade de muitos valores culturais.

Sua habilidade peculiar de perceber sistemas nos relacionamentos e seu interesse na comunidade humana subjacente à diversidade cultural tornou-se evidente durante esses anos. Ele viu que muitos rituais e costumes zulus tinham uma estrutura e função semelhantes aos elementos da missa católica, apontando para experiências humanas comuns, e ele experimentou integrar a música e os rituais zulus na missa. Ele está comprometido com a bondade cultural e humana. variedade, e à validade de fazer as coisas de maneiras diferentes. O sagrado está presente em todo lugar.

A próxima grande influência foi sua participação em um treinamento interracial ecumênico em dinâmicas de grupo lideradas pelo clero anglicano. Eles haviam trazido dos Estados Unidos uma forma de trabalhar com grupos que valorizavam o diálogo, a fenomenologia e a experiência humana individual. Ele experimentou, pela primeira vez, uma nova dimensão de cuidar das almas. Ele conta como um dos treinadores uma vez perguntou ao grupo: “O que é mais importante para você, seus ideais ou pessoas? O que você sacrificaria pelo outro? Uma noite sem dormir se seguiu, enquanto as implicações da questão eram profundas. Hellinger diz: “Sou muito grato a esse ministro por perguntar isso. De certo modo, a questão mudou minha vida. Essa orientação fundamental em relação às pessoas moldou todo o meu trabalho desde então. Uma boa pergunta vale muito. ”

Sua decisão de deixar a ordem religiosa depois de 25 anos foi amigável. Ele descreve como ele gradualmente se tornou claro que ser padre não era mais uma expressão apropriada de seu crescimento interior. Com impecabilidade característica e conseqüente ação, ele desistiu da vida que conhecia há tanto tempo. Ele retornou à Alemanha, iniciou um treinamento psicanalítico em Viena, conheceu sua futura esposa, Herta, e eles se casaram logo depois. Eles não têm filhos.

A psicanálise seria a próxima grande influência. Como tudo o que ele fez, ele se lançou em seu treinamento psicanalítico, eventualmente lendo as obras completas de Freud, e muito da outra literatura relevante também. Mas com um igualmente típico amor de indagação, quando seu analista de treinamento lhe deu uma cópia do Primal Scream de Janov pouco antes de completar seu treinamento (um livro que o analista de treinamento não leu), Hellinger imediatamente quis saber mais. Ele visitou Janov nos Estados Unidos, terminando um treinamento de nove meses com ele e seu ex-assistente chefe em Los Angeles e Denver.

A comunidade psicanalítica em Viena estava menos entusiasmada do que ele em relação a esse modo de incluir experiências corporais no processo terapêutico, e ele novamente enfrentou a questão do que era mais importante - lealdade a um grupo ou amor à verdade e à investigação. O amor pela livre investigação venceu e uma separação da psicanálise tornou-se inevitável. Sua habilidade em psicoterapia baseada no corpo, no entanto, permaneceu um elemento essencial em seu trabalho muito depois de sua associação com Janov ter deixado de ser frutífera.

Várias outras escolas terapêuticas tiveram uma grande influência em seu trabalho: além da orientação fenomenológica / dialógica da dinâmica de grupo dos anglicanos, a necessidade fundamental de os humanos se alinharem com as forças da natureza que ele aprendeu com os zulus no sul África, a psicanálise que aprendeu em Viena e o trabalho corporal que aprendeu na América.

Ele desenvolveu um interesse em Terapia Gestalt por meio de Ruth Cohen e Hilarion Petzold e treinou com ambos. Ele conheceu a Fanita English durante este período, e através dela foi introduzida a Análise Transacional e o trabalho de Eric Bern. Com sua esposa, Herta, ele integrou o que já aprendera sobre dinâmica de grupo e psicanálise com Gestalt Therapy, Primal Therapy e Transactional Analysis. Seu trabalho com a análise de scripts levou à descoberta de que alguns scripts funcionam ao longo de gerações e em sistemas de relacionamento familiar. A dinâmica de identificação também se tornou gradualmente clara durante esse período. O livro de Ivan Boszormenyi-Nagy, Invisible Bonds, e seu reconhecimento de lealdades ocultas e a necessidade de um equilíbrio entre dar e receber famílias também eram importantes.

Ele treinou em terapia familiar com Ruth McClendon e Leslie Kadis, onde ele encontrou pela primeira vez constelações familiares. “Fiquei muito impressionado com o trabalho deles, mas não consegui entender. No entanto, decidi que queria trabalhar de forma sistêmica. Então comecei a pensar no trabalho que já estava fazendo e percebi: 'Também é bom. Não vou desistir disso antes de realmente entender a terapia familiar sistêmica. Então eu continuei fazendo o que estava fazendo. Depois de um ano, voltei a pensar nisso e fiquei surpreso ao descobrir que estava trabalhando sistemicamente.

Sua leitura do artigo de Jay Haley sobre o “triângulo perverso” levou à descoberta da importância da hierarquia nas famílias. Trabalho adicional em terapia familiar com Thea Schonfelder foi seguido, assim como o treinamento em Hipnoterapia e Neurolinguística Programming (PNL) de Milton Erickson. A Terapia Provocativa de Frank Farelly foi uma influência importante, assim como a Terapia de Retenção desenvolvida por Irena Precop. O elemento mais importante que ele tirou da PNL foi sua ênfase em trabalhar com recursos e não com problemas. Seu uso de histórias em terapia, é claro, presta homenagem a Milton Erickson. A primeira história que ele contou em terapia foi "Two Measures of Happiness".

Aqueles familiarizados com a gama completa de psicoterapia reconhecerão que a contribuição de Hellinger é sua integração única de diversos elementos. Ele não afirma que descobriu algo novo, mas não há dúvida de que ele fez uma nova integração. Ele tem a habilidade natural de se lançar em uma nova situação, mergulhar nela e, quando aprender o que há para aprender, seguir em frente. Certamente, suas primeiras experiências ensinaram-lhe indelevelmente a importância e habilidade de ouvir a autoridade da própria alma - pois, embora não seja infalível, é a única proteção real que temos contra a sedução por falsas autoridades. Sua insistência em ver o que é oposto a aceitar cegamente o que nos é dito, combinado com a lealdade inabalável e a confiança na própria alma,

Em certo sentido, ele é o empirista final.

Através de tudo isso, sua companheira filosófica tem sido Martin Heidegger, ele próprio não estranho aos perigos da falsa autoridade - embora a profunda busca de Heidegger pelas verdadeiras palavras que ressoam na alma deve ter comunhão com aquelas frases que os clientes falam nas constelações anunciando mudança para o melhor, sinalizando o fluxo renovado de amor.

Uma última influência - ou talvez melhor, companheira - deve ser mencionada: o amor arquetipicamente alemão de Hellinger pela música. Sim, ópera; e sim novamente, especialmente Wagner.

- O texto acima é o Apêndice, na íntegra, de: Hellinger, B, Weber, G & Beaumont, H. (1998) Love's Hidden Symmetry . Phoenix: Zeig, Tucker & Co., Inc., p. 327-330. -

O sistema familiar geracional

A ressonância do passado continua a afetar nossas vidas no presente: passamos a vida muitas vezes fazendo coisas que não queremos fazer. Podemos nos sentir presos em padrões infinitamente repetitivos dos quais parece que não temos controle. Nós também tendemos a ver nossos problemas como pertencentes apenas a nós. No entanto, o fato é que nascemos em um sistema familiar que já possui forças poderosas e dinâmicas ocultas com raízes em gerações passadas que continuarão a influenciar e impactar nossas vidas no presente.

A visão tradicional de uma família pode incluir mãe e pai, os filhos e os dois grupos de avós. Existe, no entanto, um sistema familiar mais amplo que remonta a gerações. Essa visão geracional, que vê um indivíduo como parte de um grupo familiar mais amplo e, portanto, mais complexo, oferece muito mais possibilidades de compreender comportamentos individuais inexplicáveis ​​e dinâmicas familiares que se manifestam na geração atual.

Memória familiar e ressonância

Estamos ligados, consciente ou inconscientemente, por laços profundos de lealdade, não apenas à nossa família de origem, mas também ao sistema familiar mais amplo. Podemos nos sentir presos em padrões de comportamento que não entendemos ou sentimos que "possuímos".

É como se no presente estivéssemos tocando a borda de uma memória familiar, de perda e abandono, de saudade, da injustiça da discriminação, da raiva insaciável de morrer jovem demais. Nós tocamos a borda de histórias mal lembradas - de uma tia que morreu sozinha e abandonada em serviço como serva infantil na casa de outra pessoa na Inglaterra do século 19; ou um avô que morreu em um campo de prisioneiros de guerra na Malásia; ou a história de uma avó que nasceu em um campo de concentração para mulheres na guerra dos Boers. Nós, no presente, nos tornamos "emaranhados" na vida de nossos ancestrais e nos traumas de eventos passados ​​presos no tempo.

Esses eventos não resolvidos ou experiências de nossos ancestrais, esses envolvimentos em eventos de sobrecarga do passado, continuam a afetar o sistema familiar na geração atual. As conseqüências para nós ou outros membros da família na geração atual são freqüentemente manifestadas através de sintomas como depressão, dores no corpo, vícios, doenças ou simplesmente a incapacidade de viver plenamente a vida.

A conseqüência para o sistema mais amplo é de desequilíbrio. O sistema familiar mais amplo lutará continuamente para encontrar o equilíbrio - um equilíbrio que dará justiça e justiça ao sistema como um todo. Quando o sistema familiar está desequilibrado, todos os membros desse sistema familiar são afetados em algum grau. O sistema exige que o desequilíbrio seja resolvido.

Os laços de lealdade, amor e identificação

Muitas vezes haverá alguém no sistema, que se torna, em certo sentido, a voz do sistema. Estas são as pessoas que eventualmente encontram o caminho para um workshop de constelações familiares ou uma sessão individual.

 

As constelações familiares nos oferecem uma maneira de trabalhar com questões difíceis e de longa data que experimentamos em nossas vidas, no presente. Esse modo de trabalhar permite que esses laços ocultos que existem dentro das famílias e grupos íntimos sejam revelados. Esses laços de lealdade e amor, ou identificação, criam essas falhas que Hellinger chama de envolvimentos. Até que as conexões sejam descobertas, vistas e reconhecidas, o equilíbrio e o fluxo de energia e amor dentro do sistema familiar mais amplo permanece preso no passado e continua a impactar aqueles no presente.

O processo de constelação familiar

A modalidade de constelação pode ser usada para explorar essas forças ocultas trabalhando primeiro a partir de uma perspectiva sistêmica que permite uma "visão" imediata do indivíduo dentro de um contexto familiar mais amplo. Essa visão sistêmica da família mais ampla do cliente permite que o facilitador mantenha uma abertura para múltiplas possibilidades a partir de uma fonte de conhecimento mais ampla e mais rica.

O facilitador mantém o espaço de trabalho ao longo do processo de constelação, sem premissas ou julgamentos, trabalhando com 'o que é' , com as informações que emergem do campo familiar de conhecimento. Essa maneira fenomenológica de trabalhar com a percepção direta permite que o espaço para o que foi escondido surja.

- Nadia Oliveira -

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